: 14/09/2015
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Luís Roberto Barroso acredita que a descriminalização do consumo
da maconha é “um primeiro passo” que pode levar “a uma política de
legalização (das drogas) e eliminação do poder do tráfico”.
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil,
ele explicou por que decidiu neste momento defender apenas a liberação
do consumo de maconha, adotando uma posição divergente da do ministro
Gilmar Mendes, relator do caso que avalia a descriminalização do uso de
drogas. Mendes votou por descriminalizar todos os entorpecentes.
Barroso disse que adotou uma posição “um
pouco menos avançada” porque acredita que assim “teria mais chance de
conquistar a maioria” do tribunal.
Como hoje ainda há muita resistência
contra a liberação das drogas, o ministro considera que, se o STF
decidir por descriminalizar tudo, “existe o risco de haver uma reação da
sociedade contra a decisão, o que os americanos chamam de backlash”.
“A minha ideia de não descriminalizar
tudo não é uma posição conservadora. É uma posição de quem quer produzir
um avanço consistente”, afirmou.
A decisão de Barroso de limitar seu voto
à maconha surpreendeu os defensores da liberação das drogas porque ele é
considerado um dos ministros mais progressistas do tribunal.
Terra
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