“Foi pior do que eu pensava”, diz Robinson após visita ao Walfredo Gurgel
“Quem não é médico não está preparado para o que eu observei e os relatos que ouvi”, disse o Chefe do Executivo Estadual durante a visita.
Por Lara Paiva
“Foi pior do que eu pensava, infelizmente estou de coração partido. Quem não é médico não está preparado para o que eu observei e os relatos que ouvi”, disse o Chefe do Executivo Estadual.
Acompanhado do secretário de Estado de Saúde, Ricardo Lagreca, Faria visitou todas as instalações do hospital construído no ano de 1971 e cumprimentou todos os servidores e pacientes.
Ricardo Lagreca elencou a superlotação e a falta de medicamentos como os principais problemas no Walfredo Gurgel. “A gente perde tempo nessa área enquanto nós poderíamos pensar em outras coisas que poderiam ser feitas na área da Saúde, como criação de políticas públicas para a área em longo prazo”, comentou.
Lagreca comentou que uma das formas de diminuir a demanda no Walfredo Gurgel seria transferir os pacientes que não possuem problemas ortopédicos para outras unidades de saúde, como o Ruy Pereira e Deoclécio Marques, em Parnamirim, além de estimular melhorias nas unidades municipais.
Robinson Faria conversou com os pacientes e também com os funcionários que acompanharam toda a sua trajetória. Viu um dos corredores superlotados, um problema bastante antigo, porém bastante noticiado.
“O banheiro daqui está fedendo bastante, as pessoas não estão limpando direito. Aqui nos corredores está bastante abafado e quente, muitos acompanhantes já passaram mal por causa do calor”, desabafou a cuidadora de idosos Nilza Moreira, a qual está acompanhando a sua patroa, que está no hospital há uma semana por conta da diabetes.
Robinson Faria disse que precisa de campanhas mais educativas e melhorias nas distribuições de remédios para diabetes, além de medicamentos de uso contínuo. “A distribuição dos remédios é bastante falha, eu estou estudando para elaborar um programa de distribuição de remédio de uso contínuo em domicílios para acabar com a falta de remédios nos postos de saúdes. A falta de medicamentos é uma condição desumana”, relatou.
O servente Jaime Dantas tinha um novo emprego para uma obra neste ano. Porém, ele foi atropelado no dia 31 de dezembro. Sozinho, ele está desde o ano novo no Walfredo Gurgel. “Estou aqui no hospital há 15 dias e estou esperando a realização de uma cirurgia. Até agora estou esperando tomar soro e alguns medicamentos para melhorar a dor”, comentou.
“Algumas enfermeiras nos atendem muito bem, porém são poucas. O atendimento no Walfredo Gurgel é de ruim para pior, um absurdo”, relatou o estudante. Ao ser questionado o que precisa ser melhorado no hospital, Leite respondeu que o local precisa ter mais esforço dos funcionários, não somente da ajuda do Estado.
Robinson Faria concordou que os problemas de filas para cirurgias ortopédicas e falta de medicamentos, como diabetes, são antigos e algumas atividades serão feitas para contornar estes impasses. “Eu não vou sossegar enquanto não trazer uma saúde digna para o Rio Grande do Norte, vou visitar outras vezes o Hospital Walfredo Gurgel quando for necessário”, relatou.
Após a visita dentro do hospital, o governador, Ricardo Lagreca e dirigentes do Walfredo Gurgel se reuniram. O Chefe do Executivo do Estado comentou que conversaria com o secretário de Saúde para criar medidas para fornecer medidas de curto prazo para melhorias nos atendimentos das cirurgias ortopédicas. “Nós queremos divulgar o plano o mais rápido possível”, disse.
O secretário Ricardo Lagreca, por sua vez, disse que tem que trabalhar fortemente nas melhorias de serviços nos hospitais regionais, uma vez que diminuiria a superlotação do Walfredo Gurgel. “A medida em que essa demanda diminua, faz com que o perfil do hospital de urgência melhore os seus atendimentos”, disse.
Hospital de Trauma
Durante a campanha de Rosalba Ciarlini foi prometido a realização de um hospital de trauma em Natal, que não foi feito. Porém, Robinson Faria garantiu que vai construí-lo. “Já estamos cuidando de fazer a unidade de saúde e estamos conversando qual é a forma mais rápida de trazê-la para a população”, comentou.
Faria também cogitou a probabilidade de construir por meio da de parceria pública-privada. “O que interessa para população é o atendimento a saúde”, comentou. Entretanto, Faria disse que enquanto o Hospital de Trauma não estiver pronto, ele vai procurar soluções, como melhorias nos hospitais regionais. “Precisamos definir o perfil dos hospitais estaduais no interior do Estado e em Natal”, disse.
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