Devido à falta de diálogo entre o Poder Público e a classe militar, que
há tempos denuncia à sociedade as precárias condições de trabalho pelas
quais está submetida, policiais e bombeiros militares do RN ampliam
pauta de reivindicações e decidem, com unanimidade, pela paralisação das
atividades a partir desta terça-feira (22). A decisão foi aprovada
durante Assembleia Geral extraordinária realizada na manhã de ontem
(16), no acampamento em frente à Governadoria.
Além da aprovação do Projeto de Lei de Promoção de Praças, principal
medida defendida pelos militares estaduais, foram adicionadas à pauta de
reivindicações mais demandas importantes para a segurança pública,
sobretudo à sociedade. Dentre os quesitos que correspondem a obrigações
do Governo estão o reajuste de 15% do subsídio, que há dois anos não é
feito pelo Estado, devido enquadramento dos níveis remuneratórios,
pagamento do terço de férias ainda referente a 2012, integralização dos
vencimentos dos que foram promovidos e ainda não recebem de acordo com a
graduação, revisão da lei e reajuste da Diária Operacional, admissão de
etapa alimentação como verba indenizatória, revisão do estatuto da PM
em relação à carga horária e substituição do Regulamento Disciplinar da
PM pelo Código de Ética.
“Todas essas reivindicações estavam sendo deixadas de lado pelos
militares da polícia e corpo de bombeiros em nome da aprovação da Lei de
Promoção de Praças. Infelizmente, o Governo não está entendendo a
necessidade de atendimento à demanda, de modo que, a partir do dia 22,
os praças decidiram paralisar suas atividades de policiamento ostensivo,
já que consideram a medida justa e necessária e infelizmente não há
outra alternativa”, explica o presidente da Associação de Subtenentes e
Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBM/RN), Eliabe
Marques.
Em sua fala aos praças, o Presidente da APRAM, Tony Nascimento, explica
que a instituição chegou ao fundo do poço e seus componentes são
desrespeitados enquanto trabalhadores. "Nossa dignidade é roubada
diariamente. Lutar não é crime e a única coisa que podemos perder com a
paralisação são as correntes que nos aprisionam e humilham nesse sistema
opressor que nos é imposto", declarou o dirigente.
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